O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse no dia 15/01/09 que é contra propostas de redução da jornada de trabalho com corte de salários e sem garantias de emprego. Segundo ele, as empresas brasileiras, especialmente da área automobilística, não deveriam recorrer a esse tipo de iniciativa, porque já foram beneficiadas por uma série de medidas do governo contra a crise, entre elas a redução de impostos e o aumento na concessão de crédito.
Chinaglia deu as declarações, em Ribeirão Preto (SP), em reação a uma proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apresentada na quarta-feira (14), de redução de até 25% da jornada de trabalho de metalúrgicos, com corte de 15% dos salários.
Comissão especial
Em dezembro, a Câmara instalou uma comissão especial para analisar a redução da carga horária máxima semanal de 44 para 40 horas (PEC 231/95), sem cortes salariais. A PEC tramita junto a outras 43 propostas.
Os trabalhos da comissão vão começar no próximo dia 10 e terão como base a realização de audiências públicas para ouvir representantes dos trabalhadores e dos empresários.
Segundo o relator da PEC, deputado Vicentinho (PT-SP), dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que a medida poderá gerar dois milhões de novos empregos.
Em junho, Chinaglia recebeu das centrais sindicais abaixo-assinado com mais de 1,5 milhão de apoios à redução da jornada máxima permitida de trabalho sem redução dos salários. Um estudo apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 36,4% dos profissionais brasileiros trabalham mais de 45 horas por semana.
Alternativas
De acordo com Chinaglia, em vez de cortar salários as empresas deveriam procurar alternativas para fortalecer o mercado interno, cujo crescimento nos últimos quatro anos gerou empregos e beneficiou os próprios empresários. "O empresariado do País ganhou muito dinheiro e a indústria bateu recordes", afirmou.
Ele ressaltou que os representantes do empresariado precisam buscar entendimento com os sindicatos. Na avaliação do presidente da Câmara, os trabalhadores e a própria indústria serão prejudicados se os empresários se limitarem a lutar pela redução de impostos sem tentar manter o mercado interno fortalecido.
Ele lembrou ainda da ação da Câmara, que considerou rápida, na aprovação de medidas do governo contra a crise, como a permissão para a compra de bancos privados pelos bancos públicos, tema da Medida Provisória 443/08.
Notícia retirada do site Agência Câmara
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